O design desagradável é uma acumulação do fenômeno urbano no qual o
controle social e seu design inerente possuem um papel significativo na forma
como percebemos e engajamos em espaços públicos e semipúblicos (Savičić, 2016). O
processo de elaboração de um determinado design é, sobretudo, ideológico e
impacta de forma decisiva na experiência vivida. Em outras palavras, todo
design, ao mesmo tempo, impacta e é resultado de um contexto social e das
relações de poder que se estabelecem nesse contexto. O design, quando
desagradável, é higienizador e objetiva esconder, segregar e afastar. Ele trata
o efeito e não a causa de questões sociais. Ele serve ao
controle e é desprovido de conteúdo pedagógico.
Jovens, populações em situação de rua, pobres e usuários de drogas são
frequentemente alvo de instalações desagradáveis no espaço público. Tais
grupos nem sempre ameaçam a segurança e a tranquilidade, na maioria das
vezes e na maior parte dos espaços, eles são simplesmente minorias
desempoderadas. Assim, sistemas repelentes são desenhados a partir de
características físicas, comportamentais ou psicológicas desses grupos,
produzindo sensações de desconforto com o objetivo de afastá-los de
determinados ambientes. Do mesmo modo que os grandes empreendimentos
gentrificadores, que se espalham pelas cidades, as técnicas de design também
se tornam comuns em centros urbanos de diferentes portes.
O objetivo deste post é o de introduzir a questão no debate sobre o ambiente urbano e apresentar exemplos de designes desagradáveis que podem ser observados em cidades como Barroso, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e também no exterior.








E você, conhece algum exemplo de design desagradável? Entre em contato e envie a sua foto. Para tornar as nossas cidades menos excludentes e mais tolerantes, é fundamental descortinar os processos e poderes que operam para tornar a vida de uns cada vez mais confortável e a de outros cada vez mais desagradável.