Na reunião de abertura dos trabalhos da Câmara Municipal, o Vereador Jaiminho saudou os colegas edis e, em sua fala, alertou para a previsão de 2015 como um ano difícil. O Vereador não entrou em detalhes, mas sua fala repercutiu nos meios de comunicação da cidade. Aproveitando o ensejo, gostaria de concordar com o Vereador e explicar o porquê do cenário de atenção para o presente ano, para o mundo, para o Brasil e para Barroso.
O ano começou com um ataque brutal ao jornal Charlie Hebdo e as mortes na França fizeram o mundo se perguntar se seríamos ou não “Charlie”. Apesar da riqueza e relevância dos debates que se seguiram sobre tolerância e liberdade de expressão, o fato é que a cada atentado como aquele o mundo acorda um pouco mais inseguro. Na sequência, as ações cruéis de grupos como Boko Haram, Estado Islâmico e Al-Qaeda só fizeram crescer a sensação de medo no mundo.
No Brasil, o que assusta é a crise econômica e de recursos naturais que se avizinha. Os economistas já falam de um cenário de estagflação (combinação de estagnação econômica e inflação) e o pior cenário seria uma nova goleada, desta vez por 7 x 0 (7% de inflação e 0% de crescimento). As notícias da economia, porém, não são as piores. A crise da água, vivenciada com maior intensidade no Sudeste, é algo sem precedentes em mais de uma geração. O período “chuvoso” já se aproxima do fim e os principais reservatórios do país continuam extremamente baixos se comparados às médias históricas. O cenário para os meses de inverno é sombrio e uma catástrofe regional resultaria em prejuízos até então inimagináveis.
O ano de 2015 é também um ano decisivo para Barroso. A expansão se aproxima do fim e é chegada a hora de a cidade refletir sobre o que foram os últimos anos e como serão os próximos. O Executivo em momento nenhum liderou o debate e se propôs a pensar nos investimentos estratégicos para as próximas décadas no município. Agora, neste momento sensível, a administração ainda perdeu uma de suas peças principais, pois Luizinho não era só o comandante de uma pasta importante, mas uma espécie de timoneiro e espírito da atual administração.
São por essas e outras razões que devemos enxergar o ano de 2015 como um ano de escassez e dificuldades. Como todo ano difícil, como toda travessia no deserto, porém, esse pode ser um ano de aprendizado. Ao debatermos sobre nossos desafios e enfrentarmos nossas dificuldades podemos iniciar 2016 ainda mais fortes e renovados. Se é verdade que a toda ameaça corresponde uma oportunidade, podemos estar vivendo um ano difícil, mas de grandes possibilidades.